sexta-feira, 18 de junho de 2010

Para mim

Para alguém que repensa cada instante,
mas sabe que escrever é um se congelar.

Poesia.

Para alguém que deseja se entender,
mas desconfia que nunca o fará.

Poesia.

Para alguém que reconhece e agradece,
mas não gosta de citar.

Poesia.


Para alguém que entende o prazer de discutir,
mas odeia brigar.

Poesia.

Para alguém que o conhecimento é parco
mas o sentimento, emoção e a curiosidade não permitem descansar.

Poesia.

Para alguém que pretende descrever o simples viver,
Mas rejeita o simplificar.

Poesia.

Para os que pouco sabem,
mas que amam divagar.

Poesia

Para aqueles que vivem sob as regras,
mas desejariam transbordar.

Poesia.


Para mim,
essa poesia...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um fato

Eu não tenho nada de muito interessante.
Nenhuma novidade.

Só queria deixar constar aqui.

Uma pergunta

Ultimamente, me são constantes essas perguntas:

Será que eu "seguro as pontas"?
Será que eu consigo?


Muitas vezes eu me sinto sem saída.
Mas aí eu lembro do meu otimismo e penso que é porque estou expandindo meus limites.

Olha essas perguntas me inundam de um jeito, que eu fico meio desfocada, sem fala.
Perco o ritmo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Não posso mais dormir


Essa vida imensa que existe aqui por dentro.
Em arte pequena se exteriora.
Porque eu nunca fui mesmo muito cheia de detalhes.
E meu olhar também sempre foi um pouco falho.
Eu sempre vivi tudo internamente.

Quando criança eu já fui grande artista.
Inventora, sonhadora, dançarina...
Mas chegou um tempo, eu adormeci bem lá dentro.

Esqueci.

Outra coisa, é que eu também sou otimista demais.
Um dos meus primeiros poemas (lembra Othon?)
esse amigo comentou:
"puxa, eu nunca consegui fazer um poema bonito e alegre"
Difícil mergulhar na dor.

Engraçado, que não é que a minha dor não seja intensa.
Mas fica bem interna, guardada e protegida do mundo.
Porque é muito séria e só minha.

E também, o mau julgamento alheio sempre me afetou muito.
E o motivo disso foi porque eu cresci mal acostumada,
pois o mundo sempre foi extremamente bom comigo.
Eu deveria ser mais uma enganada.

Porquê me desvirtuei em vírus?

Talvez porque eu sempre fui aérea demais.
Como se eu flutuasse vendo minha vida-filme lá do alto.
Vivendo, mas apenas por acaso.
E quando se sabe desse por acaso, parece que entende.
Eu sempre soube que se pode falar de uma formiga apenas, em muitas, muitas páginas.
Mais de 40...(não é?)

Eu me recuso agora a viver com os sentidos tampados.
Viver essa felicidade fingida.
Eu quero a felicidade clandestina.
Porque nesse mundo, é um crime ser feliz,
é ignorar.
E nem dormir eu quero mais.

Eu não quero mais essa infância alegre.
Foi bom, obrigada, mundo.
Uma viagem.
Aterrissei.
Agora eu vivo aqui.

Olha, eu vejo tudo como uma contradição louca.
E meu pensamento mesmo, é muito confuso.
E também sei que sou limitada demais.

Eu sigo desbravando.

(Dedicado a meu amigo pueril e ao Piriquito.)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mente fria, corpo quente.

imagem daqui
Sim, eu estudo, em uma universidade. Eu trabalho um pouco também.
Vou às aulas de inglês.

Meus filhos, no entanto, estão sempre em primeiro lugar.

Não há como ser diferente.

Frutos do meu corpo,
resquícios do meu sangue,
paridos através do esforço da minha mente e corpo,
alimentados com o sangue filtrado pelos meus orgãos
e purificado em leite escorrido dos seios desse meu corpo,
que sabe que é para isso que existe, humana, que sou.

Minha mente se reinventa, se desfaz, se renova, acontece, revira, esforça para ser a super mulher que a atual era da humanidade me proporciona vir a ser. E sim, isso tudo é muito importante. Eu quero ser sim, mais do que simplesmente humana. Sim, eu desejo o conhecimento, o trabalho mental, a construção constante de algo melhor dentro de mim.

Mas meu corpo, ah, esse... Não o esqueço, nem desejo negá-lo.

Meu corpo animal e ancestral, uma célula que se especializou em corpo.
Meus filhos nascidos dessas vísceras, surgidos em meu útero. Vida!

Sou ancestral e sou do futuro (talvez mais ancestral do que do futuro, mas eu chego lá.)

Nada contraditório, dentro de mim. O mundo ancestral valorizava mais a mulher do que o mundo atual, e com isso eu também me identifico.

Eu quero ter mais um filho.
Eu quero fazer um doutorado, eu quero escrever livros, criar para o mundo.

Que minhas falhas sejam menores e que meu ser possa encontrar meios de frustar as frustações e realizar-se, engradecer-se, prover o mundo e meus filhos com o retorno de algo maior, melhor, de mim.


Essa é minha oração, nessa noite fria. (Dedicado à amiga de classe e blogueira Stela e à Iara, amiga e célula extremamente especial lizada)